Abalone Alone
- Marta Gaino
- 20 de jan. de 2021
- 1 min de leitura
Data estelar 20210120, que soma 8, que é manifestação, que representa a força da ação.
Que fase difícil foi essa? Tudo parou; foi preciso força para respirar e continuar vivendo, muitos caíram, muitos seguiram, e outros apenas ficaram em suspenso, aguardando o novo comando... De algum modo todos perderam muito... mas também, todos ganharam uma nova chance de mudar, germinar e renascer das cinzas...
Eu entrei em minha concha... lentamente, moluscamente, displicentemente, inconsequentemente, uma ostrinha com medo de gerar sua pérola, apenas um abalone sozinho. E agora a necessidade de romper a casca de nácar é tão grande, que doe por dentro o esforço de partir tamanha proteção.
Como de tantas outras vezes, agora é preciso sair e crescer, ou acordar para amadurecer, ou apenas abrir os olhos para o coração apertado de solidão e tristeza.
Força, força, força, de onde vem essa força. De onde vem a certeza de que vou vencer. De quando é que eu sei que estou caminhando no rumo certo?
Fechar os olhos e afundar na areia no fundo do mar escuro e frio já não é mais possível. É preciso soltar o lastro, deixar-me subir e boiar nas ondas sob o sol, que invade minha concha nacarada e revela todas as cores e fractais que guardo dentro de mim.
Iluminando-me de dentro para fora que é o único modo que conheço para curar minhas próprias feridas.
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