Jerusalém
- Marta Gaino

- 29 de ago. de 2011
- 4 min de leitura
Atualizado: 23 de mai. de 2020
Mesmo com toda a comoção causada pelo comunicado do capitão, avisando sobre os riscos que os passageiros poderiam correr e que estavam por sua conta e risco, que o navio não se responsabilizaria por quem ficasse em terra por algum motivo, e que era melhor todos passarem as noite no navio, etc e tal., os ônibus de excursão saíram para visitar Jerusalém e Belém. Foram duas horas de viagem até o interior de Israel e a única paisagem que se via eram pedras sobre pedras. Montanhas de calcário, poucas árvores, nenhuma flor. Algumas fazendas com agricultura e irrigação.
Jerusalém é a capital de Israel e está dividida entre nova e antiga. A cidade antiga está cercada pelas muralhas das “oito portas”. Cada porta indicava uma estrada que iria dar em alguma cidade importante da antiguidade. Uma porta está lacrada desde aquela época porque é por lá que os cristãos esperam a volta do Salvador e os judeus e muçulmanos esperam a vinda do Messias. Este ponto é crucial para explicar as diferenças entre a religiões, mas não dá tempo de explicar agora, além do que são mais de 3000 anos de história entre povos que não se entendem até hoje!
Em volta da cidade antiga cresceu a nova Jerusalém, uma cidade com todos os problemas de qualquer cidade moderna: trânsito, lixo, muita gente circulando, um calor de quase 40ºC, paisagem quase desértica e muita pedra branca.
Estávamos num grupo de 70 pessoas, em dois ônibus, com dois guias da região e dois guias de Salvador e a recomendação era:
– “Não parem por nada, não comprem nada, fiquem juntos, não se distraiam, não se percam por que a antiga Jerusalém é um labirinto de ruelas e comércio e não vamos conseguir encontrar quem se perder.
- Quem se perder terá de voltar e táxi até Haifa!!!
Ficamos imaginando como seria para conseguir se comunicar com o motorista do tal táxi para dizer em nosso inglês sofrível:
– Para o porto de Haifa, por favor!
A corrida deveria dar uns 350 US$ mais ou menos...
Porta do Santo Sepulcro
Começamos nossa visita pelo Santo Sepulcro que é onde o corpo de Jesus foi lavado, onde foi enterrado, onde Ele ressuscitou. Filas imensas, escuridão e grutas sob as igrejas. em todas os lugares santos que passamos tudo é subdividido entre católico romano e ortodoxo... os mosaicos e afrescos são lindos e é emocionante acompanhar a explicação dos acontecimentos nos locais em que aconteceram...
Alguém se perdeu é claro! E o guia endoidou, kkk.
Telefones a postos até que conseguiram se comunicar com a criatura perdida para ela explicar onde estava. O guia pediu que ela desse o telefone para alguém na rua para que ele pudesse e perguntar onde a criatura estava... Imagine a logística para conseguir segurar os outros 69 turistas enquanto ele saia para encontrar e resgatar a senhora perdida. Essa foi apenas mais uma gota de stress nesse passeio e mais um motivo para o guia reforçar a teoria de que “sempre alguém se perde nas ruas de Jerusalém”...
De lá saímos para fazer a Via Dolorosa ao contrário. Jesus subiu a colina com a cruz nas costas e nós descemos as ruas entulhadas de barraquinhas de bugigangas preocupados em não perder o guia de vista, e eu desejando que ele tivesse feito uma "corda de caranguejo" para que nós nos segurássemos uns nos outros para chegarmos juntos ao final.
Descendo a Via Dolorosa
Em cada estação da Via Dolorosa o guia ia explicando cada passo de Jesus, que se transformaram na Via Sacra ou Via Crucis, sendo umas 10 das 14 estações nesse caminho. Hoje existe uma igreja em cada parada ou acontecimento registrado pela Bíblia. A coletânea histórica foi feita a mando de Santa Helena, graças a ela as histórias orais foram recolhidas e registradas, tipo: o avô de meu avô dizia que acompanhou Jesus e viu que Ele caiu aqui... Nesse lugar Sta Helena mandou erguer uma igreja e assim por diante.
A Via Dolorosa acaba num grande pátio que vai dar no Muro das Lamentações.
Muro das Lamentações
O Muro das Lamentações é o que resta do muro oeste do Templo de Salomão da época de Herodes no século I, e é um local sagrado para o judaísmo. Esse muro é uma parte da parede de sustentação do Templo de Salomão e os povos se lamentam pela sua destruição. Os judeus visitam o muro para rezar e colocar seus desejos e pedidos por escrito dentro do muro, isto é, em cada buraquinho que encontram para deixar seus pedidos bem guardados e seguros. Foi difícil achar um lugarzinho para colocar um pedacinho de papel enroladinho no muro... Para colocar o meu pedido acho que derrubei uns três sem querer, peço desculpas aos donos, foi sem querer...
O espaço em frente ao muro é reservado para as orações, existem lugar reservados só para homens e outro só para mulheres, conforme a religião manda. Mesmo que você não seja judeu, dá para sentir uma energia no local, talvez por estar tão ligado à religião, mesmo a católica, mas o fato é que você se sente abençoado de algum modo, apenas por estar ali. Este é o tipo de emoção que não dá para descrever num post, você tem de ir lá e sentir por si.


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